quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Arun Gandhi indica caminhos para promover a paz pela educação

Arun Gandhi indica caminhos para promover a paz pela educação


06 jul 2012


  A filosofia da não violência deu a tônica do encontro de adolescentes, jovens e educadores com o ativista Arun Gandhi, de 78 anos, neto do pacifista indiano Mahatma Gandhi (1869-1948), no sábado, 30 de junho, em São Miguel Paulista. Radicado nos EUA, Arun veio a São Paulo a convite do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS). A roda de conversa, com cerca de 280 presentes, foi uma iniciativa conjunta do IDS, da Fundação Tide Setubal e do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).


Realizado no Galpão de Cultura e Cidadania do Jardim Lapenna, o diálogo contou com tradução simultânea e transmissão ao vivo pela internet. Primeiramente, todos assistiram a um trecho do vídeo Diálogos intergeracionais, criado como parte das atividades de um grupo de jovens da região para a Rio+20 (leia notícia aqui). Após a projeção, o telão passou a exibir uma pergunta inspiradora para os debates coletivos: Educar para a não violência e sustentabilidade: é possível?.

 
O ativista mostrou que sim ao contar episódios da convivência com seu avô e destacar quatro perspectivas de sua proposta: a necessidade de a escola ensinar a partir das questões do dia a dia; a propagação do aprendizado como um contínuo, que vai além da obtenção de certificados; a não punição de maneira violenta; e o estabelecimento de relações respeitosas com o outro e com as coisas da criação.




Novas sementes




Após a exposição de Arun, os presentes se organizaram para discutir e expressar as ideias despertadas. Karen Cristine, de 11 anos, da EMEF José Honório Rodrigues, de São Miguel, resumiu o pensamento de seu grupo: “Estamos dispostos a compartilhar nossos conhecimentos na busca da paz e da sustentabilidade, sendo bons exemplos todos os dias”. Arun comentou as conclusões da plateia e respondeu a perguntas.

 
Para Marli Viana da Cruz, coordenadora pedagógica da José Honório, o evento foi inesquecível: “Nossos alunos ficaram encantados”, com certeza as sementes plantadas no dia de hoje por Arun darão bons frutos. Maria Cristina Antoniak, coordenadora na mesma escola, acredita ser possível trabalhar qualquer assunto pelo currículo escolar: “Temos de disseminar as sementes trazidas por essa conversa. A educação é o caminho para reverter, por exemplo, a tendência da sociedade para o consumo e para a individualidade. Com a abertura para a diversidade, a coisa acontece. Porém, é preciso passar para os professores esse tipo de entendimento.”



Além de integrantes da José Honório, a plateia foi formada por alunos da EMEF Armando Cridey Righetti e da E.E. Reverendo Urbano de Oliveira Pinto. Participaram, ainda, integrantes do Programa Jovens Urbanos, do Cenpec; do Instituto BM&F; de dois Centros Maristas; do Projeto Oca, ligado aos institutos Alana e Crescer; da ONG Viva Leste; da ONG Acaleô - Vila Itaim; da Associação Jd. Mara Helena; do Instituto Nova União da Arte; e da Comissão de Juventude do Galpão de Cultura e Cidadania do Jd. Lapenna.



No encerramento do encontro o ator João Signorelli apresentou um trecho do espetáculo Gandhi, um líder servidor. Há nove anos ele encena esse monólogo, caracterizado como Mahatma, durante o qual narra reflexões e princípios e lê cartas deixadas pelo pacifista indiano.




Segundo Paula Galeano, coordenadora geral da Fundação Tide Setubal, além de trazer ensinamentos de um dos maiores símbolos mundiais da paz, o evento permitiu um debate importante. “Pudemos refletir sobre educação com a comunidade e constatar que a Fundação comunga dos mesmos princípios apresentados por Arun, como a valorização da diversidade, da tolerância e da não violência.” Para Wagner Santos, coordenador do Programa Jovens Urbanos, do Cenpec, “encontros assim são essenciais para a consolidação da formação da juventude e contribuem para uma sociedade mais justa e solidária”.




Alexandra Reschke, secretária executiva do IDS, destacou que a união de mundos — o de Gandhi e o da comunidade da zona leste — inspira todos a perceber que a mudança está em nossas mãos. “Na medida em que resgatamos a fé de que é possível, podemos trazer a paz para nossas relações, para o cotidiano da sala de aula, para a formação das crianças. Quando nos encontramos no sonho de mudar, o mundo muda, sim.”




Leia no blog da Fundação as histórias contadas pelo ativista Arun Gandhi durante sua visita a São Miguel Paulista.



Fotos (Julio Vilela)


Fonte: www.fundacaotidesetubal.org.br





Um comentário:

  1. Eu achei esse projeto interessante apesar de não ter ido porque ele fez uma palestra promovendo a paz pela educação!!

    Filipe 5ªA

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